A Reforma da Previdência, proposta por Michel Temer, atinge a todos, mas de forma ainda mais grave às mulheres. Hoje, as regras gerais preveem que os trabalhadores e trabalhadoras têm direito à aposentadoria se comprovarem 15 anos de contribuição, além da idade mínima de 65 anos, se homem, e 60, se mulher. Assim, para conquistar o benefício integral, as mulheres devem contribuir por 30 anos, e os homens por 35. Com a reforma proposta por Michel Temer o tempo mínimo de contribuição passa de 15 para 25 anos e a idade mínima fica em 65 anos para ambos os sexos. Além disso, será preciso contribuir por 49 anos para obter aposentadoria integral.

 

O que está sendo promovido pelo governo como um princípio de igualdade é, na verdade, um enorme distanciamento da igualdade real entre os gêneros. Com a reforma, as mulheres perderão os dois requisitos que as diferenciam dos homens para efeito de aposentadoria: idade e tempo de contribuição. O que a reforma ignora, é que existe uma divisão sexual do trabalho que destina às mulheres cargos e salários inferiores, além de uma pressão social que atribui a elas o cuidado com os filhos e a casa, a chamada dupla ou tripla jornada.
 

Não podemos deixar que momentos de instabilidade fiscal e econômica sirvam de motivo para mexer em direitos sociais, promovendo retrocesso. Precisamos lutar para que mais políticas afirmativas de igualdade sejam implementadas e ter em mente que qualquer mudança no sentido de retração de direitos é um golpe contra a dignidade das mulheres, dos homens e contra o Estado de Direito que ajudamos a construir.

 

As principais lutas das comerciárias:
 

 -  Licença maternidade de 180 dias

 -  Mais creches públicas de qualidade

 -  Igualdade salarial entre

 -  homens e mulheres

 -  Redução da jornada de trabalho

 -  Contra a Reforma da Previdência e Trabalhista