Após reação das centrais sindicais, o presidente sem voto, Michel Temer, adia a discussão sobre proposta de flexibilização da jornada de trabalho. Além das centrais, instituições como Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e Pesquisa e Estatística Aplicada (IPEA) comprovam que propostas como essa só pioraram o cenário em curso, cobrando dos mais jovens cum conta ainda maior.

 

 

Tanto o Ipea como o Dieese alertam que para os mais jovens o prejuízo seria ainda maior, pois ela corre o risco de cair em dois grandes problemas: o “risco das super jornadas” e o “risco McDonalds”. O primeiro, as “super jornadas”, seria o trabalho de 12 ou 13 horas por dia, já o segundo, o “risco McDonalds”, trata-se da remuneração por horas trabalhadas, a depender da necessidade do patrão. 

 

De acordo com pesquisa do Instituto de Pesquisa e Estatística Aplicada (IPEA), a parcela mais vulnerável da juventude seriam os adolescentes de 15 a 17 anos. O estudo aponta que a taxa de ocupação de 15 a 17 anos caiu de 41%, em 1995, para 19%, em 2013. Porém, cerca de 75% desses adolescentes trabalhavam no mercado informal em 2013, recebendo um salário médio de R$ 460, enquanto o salário mínimo valia R$ 678.

 

Defesa dos direitos

"A CTB nào aceitará corte de direitos. O movimento sindical está alerta", avisou o presidente da CTB, Adilson Araújo, ao comentar a agenda que pode por fim a uma das maiores conquistas da classe trabalhadora: as Leis de Consolidação do Trabalho (CLT).

 

De acordo com Araújo, "sob o falso discurso da modernidade, a gestão sem voto de Temer tem defendido a flexibilização das Leis de Trabalho". E lembrou que está em jogo o questões como o negociado sobre o legislado, a jornada de trabalho, entre outros direitos. "Propostas como essa só abrem espaço para a precarização do mundo do trabalho", completou o dirigente.

 

E destacou: "O Brasil está imerso na mais profunda crise econômica de sua história e padece também uma crise política e institucional. O desemprego atinge níveis inéditos e os salários daqui para frente perderão seu poder de compra. Não cortando direitos e precarizando o mundo do trabalho. A classe trabalhadora não pode pagar a conta".

 

Fonte: Portal CTB