Na noite desta quarta-feira (9/8), a terceira edição do ano do Fórum dos Grandes Debates abordou o tema “O Papel do Estado e o Desenvolvimento do País”. O auditório Dante Barone da Assembleia Legislativa ficou cheio de interessados no tema e a transmissão via redes sociais atingiu mais de 200 mil visualizações. O comando do debate ficou com o cientista social, coordenador do Comitê Gaúcho do Manifesto Brasil Nação, Benedito Tadeu Cesar.

 

Primeiro a falar, o economista, Márcio Pochmann, relembrou alguns períodos de caos que o Brasil passou em toda sua história desde o fim da monarquia. “O caos provoca mudanças profundas. Vivemos um período de caos agora. Não podemos aceitar que a solução está nas eleições. Somente a reação organizada nos colocará em contato com o futuro que sonhamos”, defendeu. Pochmann apontou alguns erros dos Governos passados que propiciaram a atual crise como não ter politizado os mais pobres e a classe trabalhadora. Para o economista, aumentar o consumo através do mercado interno é a saída viável para deixar a crise. Além disso, Pochmann falou sobre a atuação das igrejas no Brasil que ao oferecer cursos e auxílio a desempregados estão ocupando os espaços dos sindicatos de trabalhadores.
 

Em seguida, foi a vez do senador Roberto Requião (PMDB) que teceu várias críticas a seu colega de partido e presidente ilegítimo da república, Michel Temer. O parlamentar falou que o programa lançado pelo governo federal como “Ponte para o Futuro” foi feito por banqueiros e deixa de lado os interesses da classe trabalhadora brasileira. Sobre economias que viviam períodos de recessão, Requião citou ações dos Estados Unidos, no governo Roosevelt, entre as décadas de 30 e 40, que seguindo orientação de Henry Ford, reduziu jornada de trabalho e aumentou salários para assim reaquecer a economia e sair da crise. A medida deu resultado e o país voltou a crescer. “O governo federal está fazendo tudo ao contrário invés de seguir exemplos de países que deram certo. Além disso, vivemos um momento em que o Temer não pode ser investigado porque é presidente. O Rodrigo [Maia] suspostamente tinha conexão com o acordo que Temer fez com Joesley. Logo também não pode ser investigado. O país está virando uma piada e essa piada precisa sem parada com consciência política. Defendo que nossos trabalhadores e nossos empresários devem ser contemplados numa única proposta”, afirmou.

 

Finalizou a noite de debates, o vice-presidente do PCdoB, Walter Sorrentino, que trouxe uma série de importantes análises sobre a esquerda no país. Entre elas, afirmou que os partidos de esquerda se preocupam mais em debater costumes e identidades do que em propor saídas para a crise ou pelo fortalecimento da luta sindical dos brasileiros. “Nenhum partido isoladamente conseguirá resgatar nossa democracia. Precisamos da unidade dos partidos de esquerda para resistir e lutar”, disse.

 

 

Fonte: CTB